“ALCANÇADOR E ALCANÇADO”: UMA DAS ORIGENS DA INSEGURANÇA NOS RELACIONAMENTOS

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Em inúmeros relacionamentos conjugais, falo de um número enorme mesmo, nós podemos observar uma relação de “alcançador e alcançado”. O que seria isso? É bastante comum encontrarmos casais por aí a fora que você olha e chega a pensar que tem alguma coisa de errado, que alguma coisa não está certo ali, ou seja, de maneira mais direta chegamos a pensar que os cônjuges não combinam ou pelo menos que outra combinação seria mais apropriada. Podemos pensar isso nos baseando em diversos motivos como a condição financeira, a beleza, a cultura, etc.. Bom, pensar isso parece ser bastante errado, mas o fato é que algumas vezes pensamos.
Bom, parece-me que temos uma tendência a julgar que os semelhantes devem estar juntos, por exemplo, bonito deve estar com bonito, rico com rico, pobre com pobre e assim por diante. Deste modo, quando um par apresenta distinção de características julgamos que tem algo errado ali. Mas não há nada de errado. Sabemos e constatamos na realidade que as caraterísticas físicas e culturais, assim como a condição financeira das pessoas nem sempre determina como deve ser os seus cônjuges, muitas vezes (como constatamos na realidade) os pares podem ser composto de unidades diferentes.
Então, muitos casais são compostos de unidades diferentes e é um fato que quando isso acontece muitas pessoas pensam que há algo errado ali, ou seja, elas notam as explícitas diferenças. E acontece que estas diferenças são culturalmente julgadas como boas, menos boas e ruins, ou seja, as pessoas julgam que algumas características estão acima das outras. Por exemplo, a riqueza é melhor que a pobreza, a beleza é melhor que a presença dela em menor grau, uma boa aparência é melhor que uma má aparência e assim por diante. O que acontece neste caso, considerando tudo o que já foi dito? Quando as pessoas vêem um casal e julgam que um é mais bonito que o outro ela se perguntam por quê a pessoa bonita está com a feia, por que a rica está com a pobre, por que o bem comportado e gentil está com a pessoa rude? Bom, pensar assim é realmente pressupor que são estas características que determinam a união, recusando a parte sentimental; às vezes até não, mas eles colocam as características que citamos acima do sentimento, como que se antes de haver o sentimento tem que haver uma identidade, uma relação de igualdade entre as características físicas e culturais e até mesmo a condição financeira dos cônjuges.
É neste contexto que se dá a relação do “alcançador e alcançado”. Isto é percebido tanto por quem está fora quanto por quem está dentro da relação, mesmo que inconscientemente. O alcançador, dentro da relação conjugal é o indivíduo que apresenta as características que são culturalmente consideradas de nível mais baixo em comparação com as características do seu cônjuge. Por sua vez, o alcançado é aquele indivíduo que possui as características culturalmente consideradas de nível mais alto se comparadas às características do seu cônjuge. Por exemplo, em um relacionamento conjugal onde há uma pessoa que as pessoas considerem muito bonita e outra que as pessoas considerem de uma beleza inferior ao seu cônjuge, o primeiro será o alcançado e o segundo, por sua vez será o alcançador.

COMO O ALCANÇADO E O ALCANÇADOR SE COMPORTAM

De maneira geral, o alcançador tende a ser alguém mais inseguro dentro do relacionamento. Como já disse, os cônjuges também reconhecem esta relação estabelecida culturalmente onde uma pessoa é superior a outra pela comparação das suas características, então aquele que se vê com as características de nível mais baixo que a do seu companheiro tende naturalmente a se sentir inferior, isto é a causa da insegurança. Deste modo, é bastante comum que o alcançador seja mais ciumento, mais receoso quanto ao fim do relacionamento, mais desconfiado com relação aos sentimentos do seu companheiro, mais pegajoso e, em alguns casos mais estressado, mais questionador com relação a coisas dentro do relacionamento, mais alerta e observador ainda sobre o que acontece dentro do relacionamento. É como se o alcançador vivesse com baixa estima, com a impressão de que o outro está com ele como que de maneira ilegítima, é como se ele não aceitasse que merece o outro ou até que o outro merece coisa melhor (bem como muitos julgam).
Já o alcançado, de maneira geral, tende a ser alguém mais seguro dentro do relacionamento. Pelo mesmo que o alcançador se vê como alguém, de certo modo, inferior ao seu cônjuge o alcançado se sente, de certo modo, superior. Isto é a causa da sua segurança. É típico do alcançado ser praticamente o oposto do alcançador no que se refere ao comportamento ou então ele apresenta atitudes que o alcançador pratica em grau mais baixo, não tão exagerado quanto o alcançador. Uma das principais características do alcançado é que ele não é gerador de discussões dentro do relacionamento no que se refere a ameaça eminente do fim do relacionamento, com isso ele não é tão ciumento, não se mostra desconfiado quanto aos sentimentos do outro, ele tem mais facilidade para aceitar efetivamente o que vive no relacionamento, é alguém mais sensato, mais equilibrado. Parece algo rude de se dizer, mas é como se o alcançado vivesse tranquilamente apoiado na ideia de que ele é superior e que ele não tem o que temer, afinal ele está por cima. Elevando ao extremo essa ideia, imagine que é o pensamento de um alcançado “ora, onde ele irá encontrar alguém como eu se me deixar?”.
Vale destacar que essa relação de superioridade e inferioridade tendo omo base uma comparação de características não se verifica por uma característica isolada, mas sim por um contexto geral da pessoa.

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~X~ 

(Anderson Yankee)

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